Rasgam-te a pele. Furam-te os olhos e enterram flores mortas pela tua boca a dentro. Enterram-te em terra ensopada de vinagre que te corroi o corpo e te fere a alma. Esgotam todo o resto de sanidade que ainda bombeia no teu coração. Uma loucura que faz parte de ti domina qualquer átomo que ainda podes chamar de teu e ficas parado. Parado como as raízes de um cipestre que vive em terra de cimento no alto da colina. As folhas, ruidas por insectos e furadas por balas atiradas por caçadores deambulam numa dança insatisfatória entre os ais do vento. Querei eu ficar onde não me pertenço? Poderei eu gostar desta podridão que me afoga no esgoto? Atira pedras à minha cabeça... mas com sentimento, caso não haja, deixa-as estar na calçada... lá farão mais sentido. Banha-me de pólvora e atira-me um fósforo a arder. Essa será a minha explosão, o limite da bomba relógio que sussurra tic tac ao meu ouvido. Já não há espaço para amar onde vive o medo. Morro-me, para que amanhã possa voltar a viver.
Arquivo mensal
- November 2024 (15)
- October 2024 (10)
- September 2024 (20)
- August 2024 (7)
- July 2024 (27)
- June 2024 (23)
- May 2024 (27)
- April 2024 (15)
- March 2024 (9)
- February 2024 (18)
Who's online
There are currently 0 users online.
Estatísticas Gerais
- Membros: 3957
- Conteúdos: 12660
- Comentários: 1724
Recent comments