PENA BRANCA E XAVANTINHO

As muitas nuances da música raiz, na voz dos mineiros Pena Branca e Xavantinho, denotam experiências que traduzem-se numa descrição poética da Natureza e do Homem em interação naquilo que, eu e muitas pessoas consideramos, o melhor da música caipira brasileira em forma de poesia.
Poetas compositores, os músicos e irmãos José Ramiro Sobrinho (Pena Branca) e Ranulfo Ramiro da Silva (Xavantinho), cantaram as mais lindas musicas sertanejas com estilo genuíno, pureza d’alma e bom gosto expondo ora a beleza, ora a dureza dos acontecimentos rurais. Suas letras, únicas, não apenas louvam os espetáculos maravilhosos apresentados pela Natureza, mas também a interação do Homem com ela. Além de tudo isso, esses representantes do cancioneiro brasileiro valorizaram em polcas e toadas a brasilidade de nosso país e, o resultado do trabalho e esforço deles, conseguiu chamar a atenção de cantores e amigos como: Almir Satter, Renato Teixeira, Rolando Boldrin, Milton Nascimento, Chico Buarque e outros de mesmo naipe.
Suas vozes maravilhosas são o produto de um casamento perfeito de afinação, timbre e harmonia. Com esse grande talento conseguiram unir a música sertaneja à moderna reavivando a imaginação ao cantarem o que acontece no campo descrevendo de forma emocionante a singeleza e nostalgia da vida rural e os corriqueiros acontecimentos maravilhosos decorrentes das labutas rurais.
Ainda hoje, quando ouço a melodia de suas vozes em dueto, acompanhada pelos ritmos sonoros tirados de suas violas, fico a lamentar que esses artistas não possam mais continuar nos brindando ao vivo, posto que já empreenderam viagem para o andar de cima. Contudo, existe a tecnologia de hoje a nos proporcionar que através de CDs e do Youtube possamos desfrutar momentos musicais de muito bom gosto produzidos por essa dupla, ficando assim imortalizado aquilo que é bom.