TEMPO

 

TEMPO

Portuguese

TEMPO

 

Hoje perdi-me no tempo, no tempo que passou, no tempo que virá; ontem perdi-me no tempo, no meu…no teu, no tempo que a vida me deu (e o meu é inteiramente teu).

Há um tempo atrás não pensava no tempo (era jovem demais para isso), não tinha tempo para gastar no tempo que a vida dá. Mas hoje penso, inevitável não pensar no tempo que foi, no que virá. Virá depressa, cheio de vontade de ser tempo, de ser tempo contra o pouco tempo que resta do amanhã, que pode vir ou nunca chegar.

E se eu chegar a tempo de te ver crescer no tempo, então serei grata ao pouco tempo que ainda restar. Mas mesmo no contra-relógio da vida é sempre tempo de te dizer que, nesta viagem, o melhor tempo é o que me dás. E todos os dias encontro um instante; para te dizer que o amor que te tenho é muito maior que o tempo que já passou e do tempo que chegar.

Na incerteza do tempo, só a certeza de amar-te faz valer o tempo que se eterniza neste amor, que grita ao vento sem pudor, o alento que o teu amor me dá (é muito mais que um simples compasso no espaço do tempo que tenho para te dar).

Na linha da vida só o espaço que tu ocupas torna vital o tempo (suficientemente intenso), para que não se perca na eternidade o meu tempo de te amar.

Amo-te (será sempre no presente que conjugarei o tempo que a ti pertence), e espero que um dia tenhas tempo e entendas estas linhas como mais uma prova de amor, deste amor que nunca se desvanecerá.

 

(Dedicado ao meu filho Eduardo Lourenço Vaz Oliveira)

 

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