Sentado neste canto da sala, olho à minha volta. Branco é a cor que vejo, tudo branco e sem um único ponto de cor diferente. Ligo o computador e começo a escrever palavras soltas, frases sem sentido para alguns mas com sentido para outros. Creio que não sou o único que vejo o vazio que se abate nesta dimensão. Dimensão em que o Homem já não é Homem. Em que a máquina domina a sociedade. As conversas vazias no silêncio do teu olhar tatuam meu coração. Ambos sonhámos e sonhamos...
Os dias passam, as noites chegam! Com elas o frio e a escuridão nesta sala agora com a luz acesa. Luz artificial que me ilumina enquanto escrevo estas palavras soltas. Palavras que me fazem passar o tempo enquanto homem, mas escritas numa máquina. Nesta máquina ficam guardadas, outrora talvez ficassem apenas na minha memória ou, quiçá, depois de mais um copo de solidão o tempo as apagasse e eu me esquecesse de quem sou, o que fui no tempo!
Olho para ti, tu olhas para mim! Onde estou? Onde estás? Procuramo-nos mas a luz acesa é artificial e não nos deixa ver o quão maravilhosa pode ser esta nossa história. Uma história que fica em palavras soltas, as palavras que um dia te escreverei! As palavras soltas que um dia juntarás, irás ler e me irás reconhecer!
Palavras soltas é o que escrevo, sentado, olhando o branco da sala que mais tarde se iluminará uma vez mais com aquela luz artificial! Palavras soltas que irás ler, iluminado por essa luz que ficou acesa e que marcou a minha presença.
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