Do nascimento da arte não hà àtomos. È criação pura, chega à morte de outra coisa ainda. Até ao infinito sem ninguém a descobrir, em cada instante de vida flui na indefinição e perfil sem traço. Não tem corpo, é o sentir que lhe dá sangue e a sua entrega é todo o poder junto. Transporta-nos para um lugar dentro de um universo sem espaço e tempo presente em todas as coisas, mesmo de fora o silêncio. Suspensa na luz de todas as sombras escoa a imensidão, transborda toda e qualquer forma. Ilimitada - sabe-se sem ensaiar. Cada engenho, cada palavra, cor ou textura é longe do ar que respiramos agora. A arte, simplesmente, é. Nasce, morre para ressuscitar. Resiste sem fim. Do outro lado, eu. Dentro dela ou ela dentro e fora de mim a perder todas as células. Uma a uma até acabar-me.
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