Toca-me a alma... não o corpo

Tocas-me a pele na esperança de me tocares a alma, falas em desejo, procuras um beijo, e perguntas porquê… Não percebes que o importante está nas palavras por dizer, no silêncio dos sorrisos, na cumplicidade de um abraço, no momento escondido de dois seres perdidos… Pedes-me respostas que não quero dar, não entendes que vimos de maneiras distantes, que sentimos e percepcionamos dois mundos intocáveis, e que em nada nos encontramos sem ser no desejo… 
Falta-te ver que as respostas não estão nas palavras, e que verbalizar por vezes acaba por estragar o que não queremos que seja… Perdeste no querer e pura e simplesmente deixas de ver a não metodologia dos sinais, e sem perceberes ultrapassas limites com uma velocidade que assusta, perdendo no caminho a lentidão que saboreia o momento, que torna único, e que me o riga a ficar.
Mas não, não me tocas a alma… não me conheces, não entendes o meu ser, não consegues viver na minha confusão, e ver nos meus olhos quando o silêncio é a melhor coisa que posso ouvir, e nesse momento o meu olhar dará todas as respostas…