...e ali tudo se esvai:
a angústia, as ânsias…nulidades
os aumentos das ilusões, as disparidades.
Ao menos naqueles parcos segundos tão fragilmente eternos,
que é quando te deparo: no teu olhar ao me olhar
… Instante que me penetra às entranhas da alma
quando esgueiro essa tua serena análise, despindo-me de mim,
sugando-me à ressurreição de emoções esquecidas, enterradas, e até, (pensava eu),
afogadas há muito no passado.
Ao menos naqueles parcos segundos és como um vulcão que me queima e me eleva à erupção,
sem eu,
ou tu,
o querermos…
E eu me forço a esconder de ti estes sorrisos, estas emoções…
Talvez em vão… torná-los de ti esquivos?
Mas dou por mim e lá estou eu!
A voar até ao não sei onde, nem ao quando regresso…
É um tudo nada, um gelo queimando,
um sonhar acordada, aconchegar-me… mas me afastando:
porque há a vida…Ah! Essa vida da impossível realidade,
…essa…que eu me enfadei de encarar
Não! Não me deixes acordar assim de ti sereno e seguro, sorridente…
…onde fico em paz, levitando nas tuas doces palavras…
Ao menos naqueles parcos segundos eu ressuscito!!!
…é um segundo imenso que me arrebata desta minha pequenez tão transparente ante ti…
E porque tem de ser assim, só uns segundos?
Poderia ser eterno…
Ou já será???
…quando aqui dentro, em minh’alma eu te recordo e voo leve, inebriante no teu ser…
…no teu olhar…no teu falar.
Ah!Vou-me calar…e esconder…
Perdoa-me, estes parcos segundos que roubastes dos meus…Ou roubei-os eu dos teus?
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