A Avó velhinha estava sempre a pedir ao Carlinhos, para lhe trazer uns trapos velhos,
E naquela correria para os arranjar, muitas vezes caía e magoava os joelhos.
Que saudades que o menino tem, daquelas tardes com a avó velhinha.
E aquela senhora que parecia tão, mas tão velhinha,
Já corcunda, de bengala e cabelos brancos como a neve,
Fazia os bonecos de trapo mais lindos que alguma vez alguém teve.
E o Carlinhos assim que saía da escola, corria para os braços daquela avó velhinha,
Que gostava de fazer bonecos de trapo e de comer ovos crus de galinha.
Achava aquilo tão estranho, que o menino estava sempre a perguntar “ Avózinha, porque estás a picar e a chupar ovos de galinha?”
Ao que a velhinha respondia: Para ter energias e para não ficar fraquinha.
Agora já crescido guarda com carinho, todos aqueles bonequinhos,
Que a avó sentada nas escadas, lhe fazia com os trapinhos.
De uma meia da mãe fazia-se a cabeça e com uma do pai fazia-se o corpo.
Ficava um boneco muito engraçado mesmo ficando um bocado torto,
Enchia-se com pedacinhos de tecidos soltos da costura da mãe Rosa.
Cozia-se o cabelo com lã e os olhos com botões da uma camisa que já fora preciosa.
E o menino aprendeu que pelo facto das roupas serem velhas,
Não quer dizer que não tenham utilidade.
Pois recorda-se muito bem, que a brincar com os bonecos de trapo,
Tinha sido feliz de verdade.
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