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SAUDADE
Foi hoje que importunei os deuses,
cansada de no limbo da memória, tentar vislumbrar recordações inertes.
Pedi-lhes sensações, supliquei-lhes cheiros e vozes…
e as lágrimas lancinantes percorreram-me o rosto.
Chorei imagens reprimidas em funerais precoces,
revivi sonhos de adolescente e esplendores de infância...
Voltei ao útero da minha mãe e renasci.
Só que desta vez, impregnada de saudade e arrependimento
das palavras que não disse, das imagens que não guardei,
nem cataloguei e arquivei no vasto sótão da memória.
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