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Sandra Martins

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Data de Nascimento

26-04-1989

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Biografia

Sandra Martins nasceu a 26 de Abril de 1989 em Matosinhos. Escreve poesia desde criança, não tem grande génio literário, mas tem algo que só os grandes poetas têm: autenticidade.

'Negrume' é a sua primeira obra de poesia publicada pela Editora Corpos, que compreende três heterónimos _ Medusa, Ophelia e Teresa _ distintos ao nível da forma, musicalidade e intensidade. Os símbolos são vivos e exprimem uma unidade irredutível apesar da presença de diferentes heterónimos. Há diferentes dimensões da palavra, mas a palavra é só uma: a mesma estória, os mesmos lugares, a mesma gente. Ao mesmo tempo, o título 'Negrume' vem sublinhar uma certa obscuridade, desordem e complexidade que derivam do facto dos poemas compreenderem uma linha temporal comprida (desde os dezassete até aos vinte e quatro anos), diversas fases da vida e formas de ser e estar no mundo com níveis distintos de maturidade. 'Negrume' é, ainda, ausência de compreensão que é própria da poesia em geral e, em particular, deste livro cujas palavras são demasiado espontâneas e inquietas na busca de dizer o indizível, o demasiado humano. Negrume significa, por fim, uma tendência para a tristeza, a nostalgia, a melancolia, a violência, a solidão, o delírio…'Negrume' é negrume!

Âncoras de Bemol é a sua segunda obra de poesia que resulta de um desafio feito pela comunidade Poesia Fã Clube _ um concurso de poesia aberto aos escritores amantes da poesia. Esta obra mantém a estrutura de Negrume no que se refere à presença dos heterónimos. Contudo, não tende tanto para a tristeza ou a melancolia. É quase um grito de esperança numa fase de ciência positivista. É força, coragem, teimosia. Há quem diga que é mais madura esta obra...Não sei se assim será, sei que é uma obra marcada pelo espírito da criança. Âncoras de Bemol exprime o quotidiano de forma espontânea, leva-nos a cair diante de um abismo que nos é familiar: está no limiar entre o que somos e um qualquer paraíso perdido.

'Depois da chuva' é o terceiro livro e representa uma nova vida. A voz Sandra Martins, a voz-não-escritora junta-se a Medusa, Ophelia e Teresa. Mas, esta nova voz não é o mais importante deste livro. 'Depois da chuva' é o que é por causa do amor, o primeiro amor. É a paixão, a desgraça de não ser mais possível encontrar um momento mais feliz. Linhas retas, sons mais suaves e ideias simples. A voz da não escritora é a antecâmara deste livro como a morte é, por vezes e simplesmente, a antecâmara da vida. E esta voz está, na verdade, presente em todos os heterónimos. As palavras de 'Depois da chuva' são mais fluídas e imediatas do que em qualquer outro livro.

‘Só uma nuvem’ é a quarta obra de poesia e a maior fonte de esperança. Aqui, todas as vozes (Medusa, Ophelia, Teresa e Sandra) revelam uma atitude positiva em relação à vida cheia de mistérios e adversidades. Não se trata de aceitar a vida como algo que vale a pena pelos momentos raros de felicidade que proporciona, mas antes a ânsia de dominar o destino e conquistar a liberdade e a dignidade a partir de uma vontade interior, que é superior a toda e qualquer forma de poder. O que está, aqui, em jogo é reconhecer o nosso papel como criadores do universo e recusar a mesmidade, o imediatismo e a aparência. Aceitar a fragilidade, o medo e o erro de maneira a resistir sempre. Este livro existe além do amor e do ódio, do bem e do mal, do belo e do feio: acolhe o ser humano tal como ele é para nunca desistirmos de lutar pela nossa individualidade - esta é a mensagem e missão deste livro.

Além dos livros, podem contribuir como patronos em https://www.patreon.com/Dara21?fan_landing=true

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  • user: Sandra Martins
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Conteúdo

 

Arco-íris

Ontem vi um arco-íris. 

Perguntei-me quando foi a última vez que vi uma arco-íris? Não consegui lembrar. Foi aí que percebi que certamente fez muito tempo. 

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Um cisne branco

Veio um cisne branco

Contra a luz

 

Dependurado no bico

Uma memória solta

Fragmentada no parapeito

Dos meus olhos

 

Nas asas o voo

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Cedo

Prematura a primavera

Que mora junto aos muros

Sem que nenhuma flor silvestre

A despeça no meu sentir estranho

De tão indecisa paragem

Type: 
 

Nascimento da arte

Do nascimento da arte não hà àtomos. È criação pura, chega à morte de outra coisa ainda. Até ao infinito sem ninguém a descobrir, em cada instante de vida flui na indefinição e perfil sem traço.

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Concha

A concha na praia

guarda o fundo do mar:

 

a sua morte

é espuma que dura

e se revê apenas

quando o silêncio chega

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Folha molhada

Era uma folha molhada

À espera da eternidade

Premediatada como um crime

Só eu encontrei dela o fundo do filme

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Feras

Agora

Ouço as feras em mim

Choro a véspera do luar

Com a seiva da poeira

Que demora 

Chegar aos astros

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As roupas que vestes

Magoa-me

As roupas que vestes

 

Como quando

Um pássaro louco

Se recolhe no segredo

De asas fechadas

Para desenterrar o céu

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Antes e o vento

Só o vento que não passa

Para fazer entrar o canto

De um pássaro, tão nómada

Quanto eu, nesta suspeita

De que há sempre uma pedra

Que morre antes de ser casa

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Mais morta por existir

Eu continuo a respirar

Mas estou morta

Mais morta por existir

Será isto possível?

Conto os minutos

Para ver o dia passar

Isto não está certo!

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Quero ficar aqui

 

Quero ficar aqui para sempre
Sem saber para onde ir
Sem depois hoje e sempre

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Nada é para sempre

Será que alguma vez eu vi

o que estava a acontecer?

Talvez não quisesse ver

Eu quis ficar e esta é a única certeza

que eu posso levar comigo

 

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Não te esqueças

 

Não te esqueças

que hoje é eterno

Não podes fechar

os olhos apenas

Tens de cegar

e deixar para trás

o que já passou

Ninguém ouve

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Não é fácil

Eu sei que foste embora

para sempre e nada deixaste

Mas não é fácil, sabes?

As coisas que adorávamos

já não me importam

e as coisas que odiava

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Se eu me enganar

E se eu me enganar?

Posso ficar nos teus braços?

Posso ficar nos teus lençóis

e deixar o meu perfume

dormir a teu lado

sem ter de acordar pela manhã?

 

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Eu quis ficar

Eras tu contra o meu mundo

E não falo de meros contrastes

Eu fiquei sem teto para me abrigar

sem rastro para seguir quando me perder

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De mais nada

 

Deitados na cama

eu via-te dormir

E o amor era suficiente

Eu não precisava

de mais nada

Talvez de nada mesmo

 

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DE QUE LADO ME VISTE CHEGAR?

Já viste o outono a chegar
e como é fácil esquecer os dias
Há tantas vidas dentro de nós...
Um livro aberto
um acorde para continuar

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Singras nas paixões da minha doença


Singras nas paixões da minha doença:
O sol de almas senis em claridade…
Tudo é Outono que despe a diferença
E enche de azeite nossa liberdade

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COMO HÁ LUAR

Sei agora como há luar:
Como as flores são promessas
Sem que haja alguém a esperar
O silêncio apenas

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ESTRELAS VINDAS DO MAR

São estrelas vindas do mar.
Ou doutra estrela ainda.
Transparentes, de luz, opacas,
pequenas e sem destino, o voo
é mais fundo. Pouco se demoram.

Type: 
 

Uma só canção

O tempo parou e talvez outro dia
outro dia e outro dia ainda
para desistir da perfeição dos teus lábios

Deixar as palavras serem ditas por acaso

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Fogo

O fogo íntimo das coisas
Trazemos nos olhos
Não só o silêncio
Encarna tudo o que é vivo

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Começar agora

 

Caio na morte 
por acontecer 
e dou todos os passos
para ascender até ti

Deixo ficar o sol
na extensão
de uma qualquer 
ilusão minha

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Uma nota

Escondi as minhas lágrimas junto com as palavras que nunca te direi. Desfiz todos os meus desejos como se o coração fosse asas. Somente asas.

Type: 
 

Lançamento do livro 'Depois da Chuva'

Convido-vos para o lançamento do livro 'Depois da Chuva' no dia 27 de setembro pelas 17 horas na comunidade RÉS DA RUA que fica na Rua Álvares Cabral, nº 263, 4050-041, Porto.

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Ophelia

Esta mulher vê a lua de pé; põe os cabelos à lua; vai com ela até ao mar.
Não sabe que os corpos nas dunas são construções na areia

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A vida é dos outros

A vida é dos outros: do todo para todos. Aquele que governa é como Deus quando era menino.

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Demoro-me

Demoro-me e morro um pouco

Nesta cidade abandonada

Que ainda procura raízes

E nenhuma ruína libertou

Porque lhe faltou alguém

Que procurasse uma casa

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INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO

INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO

 

Se houver eco nas palavras que dizemos

Não é porque possuímos as nossas mãos

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