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Cesar Salgueiro
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Sobre mim
Pinto , escrevo, tiro fofos. vou filosofando ......
Biografia
No dia que me ofereceram uma promoção, tinha 26 anos, que eu não aceitei, mudei a minha vida completamente.
Na reunião com a entidade patronal, propuseram-me a passagem de operário, para técnico de tinturaria, não aceitei os termos e pedi para sair da sala, e regressar ao trabalho. Antes de regressar ao local de onde fui chamado para a reunião, passei pelo escritório e despedi-me, avisei para começasse a partir daquele momento, o meu tempo de aviso prévio, que duraria 2 meses, ao fim de 15 dias a hierarquia disse-me surpreendida com a minha tomada de posição, e quando iam a começar a fazer um questionário, disse que já tinha dito tudo.
Como e porque o fiz, numa altura em que o desemprego, era um caos, não tanto como hoje, porque a construção civil estava numa fase de crescimento. Ainda hoje me pergunto, aonde arranjei coragem, com um filho de 2 anos e sem outra fonte de receitas, era como saltar de um avião sem paraquedas.
No fim do aviso prévio, era sexta-feira recebi, e com o dinheiro que gastava em tabaco e café, gastei em apostas desportivas, outra loucura para quem não tinha mais nada. No Domingo ao fim da tarde já sabia que tinha o primeiro prémio, segunda-feira soube o valor, era equivalente ao meu ordenado de 6 meses de trabalho, o que daria alguma folga para procurar emprego, inscrevi-me nalgumas empresas, quando havia uma entrevista, não ia porque seriam sempre fracassadas, contando a verdade, na base da mentira, nada vale a pena porque ela não suporta coisa nenhuma.
A razão do meu abandono da reunião, aonde me ofereceram um salto enorme numa carreira profissional, que só os loucos abdicariam, não era um bom cartão de apresentação.
Era delegado sindical, e propuseram-me que o deixasse de ser, eu era porque o queria ser, não porque alguém mo tivesse pedido, e estávamos numa altura de eleições no sindicato, concorriam 4 listas, fui convidado para fazer parte de 3, a única lista que não me convidou, era apresentada, com as cores do partido que eu era militante, até foi a terceira após a votação, eu poderia ter feito carreira sindical, mas não queria. No partido fazia confusão a muita gente eu nunca falar de sindicalismo, eu era dirigente da juventude partidária no local, e tinha sido eleito pela segunda vez, ambas pela totalidade dos votos, 4 anos de alguma coisa feita, num local aonde eu dizia, aqui ninguém manda, todos trabalham, alem de outros trabalhos na área social, tinha um grupo de teatro que enchia aos Domingos á tarde, o auditório da cave da igreja, e íamos também a outras localidades, não para falar de politica, mas para divertir, era uma alegria ver as salas cheias de crianças pobres a sorrir, sendo o sorriso dos meninos uma riqueza, era isso uma das melhores formas de fazer politica. Organizei o maior comício no concelho, dito pelos oradores, que me obrigaram a ir para a mesa, abrir e fechar o mesmo, quando a figura máxima do partido lá tinha estado na campanha eleitoral, tinha menos gente, e o mesmo, naquele momento governava o país. A política é uma das razões do ser humano, deve mais do que tudo ser feito, da forma correta por ser uma causa nobre, que os políticos empobreceram.
Ao fim de 5 meses, o único trabalho que encontrei foi servente na construção civil, por onde passei 18 meses, talvez mais importantes, que lugares mais confortáveis e de outra importância no futuro, vivi situações eu provavelmente não acreditaria se mo contassem, parecidas com outras noutro tempo, mas diferentes, na referência, conheci pessoas que só ali conseguiria, pelas sua fracas referências académicas, sociais e culturais, não tem nada a ver academia com cultura, algumas pessoas me ensinaram mais que alguns doutores, que conheci mais tarde.
São páginas do livro da nossa vida, às vezes quando relemos, muitos saltam páginas parecidas, que acham não devem ler, eu talvez seja as que mais releio, ensinaram-me mais e deixaram-me mais forte.
No último dia que trabalhei na construção civil, aconteceu uma coisa que me faz pensar, para sempre, era para começar a trabalhar no empreiteiro, da montagem ecléctica, tenho o curso de electricista, apenas o tinha sido a bordo de navio da marinha de guerra. Despedi-me da outra empresa, falei com o empreiteiro, e começaria a trabalhar no dia seguinte, quando passei pela porta do gabinete da empresa de electricidade á saída li o nome da empresa e a seguir, o mensagem passou pelo meu cérebro, o meu futuro Ex patrão, que surpreendeu quando cheguei a casa, tinha uma carta de uma empresa muito mais interessante, foi aonde de facto fui no dia a seguir, e comecei a trabalhar. Ganhava o meu ordenado mas era como se estivesse num laboratório a medir o ph, num litro de água, e metesse 20 gramas de soda cáustica, e a seguir o equivalente em ácido sulfúrico de seguida, o fosse medir novamente7/12/7, era como marchar numa parada, a toque de ensaio, como quem está numa sala de espera, e de facto até estava, das muitas inscrições eu tinha feito, recebi uma carta para um concurso, eramos 1200, para 14 vagas preencher, e no final, depois de vários dias e provas, fui eu que fechei a porta, atrás de mim, um 15º entrou de facto, o genro do chefe da fiscalização, mas foi pela porta do lado. Foi a partir dai que começou a fase mais importante da minha vida, não a melhor, a mais “rica” mas a do amadurecimento, não esquecendo, e voltando a traz muitas vezes, porque vai ser necessário, a acção e reacção, a lei da causa e efeito, colher o que foi plantado, é por aqui eu vou começar, a sociedade, politica, dinheiro fácil (corrupção), amor e aquilo que não tem nada a ver com ele, e muito mais, aonde tudo se mistura e tudo se separa…
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