Português
Anoitece...
quantos vezes anoitece
e o amanhã, nunca amanhece...
Vejo luzes tremeluzindo
na escuridão da minha alma.
Serão estrelas que vagueiam,
perdidas no espaço
ou será apenas a esperança,
que me estende os seus braços?
Percorro o estreito espaço
que me separa da lucidez ou da loucura
e fico a tua procura,
sem saber se és de fato,
tudo aquilo que eu desejo
ou se és apenas a sombra do meu pensamento,
que me atormenta
e me deixa assim confusa.
Vagueio lentamente,
perdida entre sonhos e delírios
e quanto mais eu penso,
mais a dúvida me acompanha
e traça figuras estranhas,
nesse emaranhado de formas obscuras,
onde nada é certo
e tudo é só uma aventura.
Queria ver o amanhecer,
mas já é tão tarde,
que julgo escurecer a luz difusa
de um novo amanhecer.
E nas cinzas desse dia que nunca amanhece,
vejo o teu vulto desaparecer e sumir ao longe,
depois de um novo anoitecer...
Débora Benvenuti
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