A Visita do medo

Devagar, e quase imperceptível;
O movimento de um vulto azul-rubi;
Aproxima-se pelo pôr-do-sol;
Deixando pelo caminho as pegadas;

Silencioso, e quase imperceptível;
Como se acompanha-se os pensamentos;
Fala, na doçura de gestos vagos;
Colocando as suas mãos nos meus ombros;
E o movimento frio, impiedoso e calculista;

Sensível, e quase imperceptível;
Embala-me ao colo sem corpo palpável;
E lança um sorriso sem expressão alguma;
E de longe observo a neve que cai;
E sei que o medo me envolveu;