Árvore de infância

 

Árvore de infância

Português

Existia, na minha altura de catraio,
Uma árvore, negra, solitária e quebrada
Que descansava como que rainha na paisagem,
No caminho recorrente para a minha escola...
Todos os dias me encantava por horas com a imagem,
Daquele tronco coberto de um musgo negro,
E que me lembrava um antigo casaco de pelos,
Deixado como de por acaso, por algum ancião,
Que costumava pastar os seus pesadelos na planície,
Ora coberta de ervas ora coberta de solidão.
Até hoje encontro nas memórias alguma segurança,
Que se intensifica ao lá passar no lusco-fusco,
Num sonho acordado de criança.

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