Português
Por mais que se esforçasse,
a Imaginação estava sem inspiração.
Sempre fora muito criativa,
mas depois que começou a trabalhar,
a Imaginação se cansou
e sem inspiração,
nada mais contou.
Queria dizer aos amigos
o motivo de sua ausência,
mas quanto mais pensava,
mais sentia que a carência
da inspiração tudo dificultava.
Não necessitava de relógio,
era livre e não media as horas.
Agora era escrava do tempo
e precisava estar atenta.
E foi com essa convicção,
que encontrou a Inspiração,
despida de qualquer intenção,
esperando o momento certo,
para fazer as suas persuasões.
Queria convencer a Imaginação
que ela não precisava da Inspiração.
Quando alguém perguntasse,
onde era a fonte,
bastava dizer que a nascente,
mudava a cada instante
e dependia da Inspiração
para ser sua representante.
Mas a Imaginação estava cansada.
Chegava em casa desanimada,
depois de um dia inteiro,
fazendo contas e calculando
o que devia fazer primeiro:
Se escrever novos roteiros
ou ir para a cama e adormecer,
para outro dia ver nascer
e sem mais argumentos,
se convencer,
que trabalhar é bom,
mas dá o que fazer...
Débora Benvenuti
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