A Ilusão estava de partida.
Nunca sentira tanta solidão como agora.
O outono se aproximava
e ela sentia-se só e desamparada.
O dia amanhecera lindo.
O calor do sol a aquecera,
mas a noite se aproximava
e ela ainda caminhava pela estrada.
Vivia iludindo os corações
onde habitava,
mas não se sentia incomodada.
Era muito requisitada.
Sempre que alguém a procurava,
ela iludia com palavras adocicadas.
E os corações sucumbiam, apaixonados.
Muitos nem percebiam
que a Ilusão era só uma miragem
e muito pouco tempo durava.
Quando percebiam que a Ilusão
os enganara,
dela nunca mais se aproximavam.
E a Ilusão se tornava amarga,
cada vez que desiludia
um coração que nela acreditava.
Mas nada podia fazer.
Era linda e tinha as faces rosadas.
Um andar elegante e sofisticado.
Nela tudo era lindo e maravilhoso.
Enquanto era admirada,
Vivia um conto de fadas.
Mas pouco a pouco ia ficando cansada.
Queria se iludir,
mas não sabia como.
Era hora de partir.
Sabia disso.
Mesmo sendo Ilusão,
sofria de solidão...
Débora Benvenuti
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