O meu coração desolado pelo teu silêncio, lateja compulsivamente parecendo não caber no meu peito, tão forte é a dor da dúvida. E pior do que a dúvida é a quase certeza de que até compreendes o que te quero dizer, mas isso não será suficiente para fazeres de outra forma. Esta falta de esperança turva o meu coração, que embora machucado, agredido, ainda se regenera na fé que me sustenta.
Nas sombras dessa inquietude paro para descansar e proteger-me dos momentos de maior furor, como que carregando a bateria para mais uma jornada. Nela fecho os olhos, respiro funda e pausadamente à procura da luz que me mantém na busca da porção da paz e da felicidade que me cabe por direito, sim: por direito. Isso mesmo! E esta inquietude é própria de nós seres humanos, que buscamos o caminho certo (para nós), que procuramos assumir as nossas falhas, os nossos piores defeitos – ocultados de nós próprios – disfarçados de boas intenções, que não passam disso mesmo: boas intenções; e que, na verdade, traduzidas em actos, apenas espelham – e é aí que assustam – as nossas fraquezas.
O nosso carácter é maculado pela dor. É urgente tratar de cada ferida, para que a dor não seja suficiente para corromper o acto, laivando o nosso caminho e mutilando a nossa esperança, pois a esperança fragmentada enfraquece a possibilidade de alcançarmos a luz que tanto almejamos. Essa luz que brilha ainda que as trevas reinem ao nosso redor, e por isso, te imploro, ó Deus, que me mantenhas na luz; segurando a minha mão quando estou prestes a cair no abismo e então…torno a ser grata, de coração cheio, transbordando novamente de esperança e crendo que o impossível aconteça; que a dor de mim se esqueça. E agora já não perco a fé de que, afinal, a minha caminhada será honrada. Ainda que eu fraqueje novamente mais ali à frente, seguras-me novamente e volto encher o meu coração e a minha mente com este bálsamo que me dás de presente .
04/04/2015
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