O som abafado do quarto
escapa pela janela amarela
som cheio das pequenas sementes
entrelaçadas pelos elos de prata suja.
Do pratinho- a fumaça branca da erva fresca
molda sonhos
escuto o choro agoniado
nas mãos um espelho redondo
levanta a longa saia vermelha
mostra o sexo apertado,
guardado pela calcinha preta
conta que uma vez tentou cortá-lo
restou -ainda a cicatriz ...
- me mandaram para a rua, fiquei sem casa.
Com os dedos cheios de anéis
abre a blusa de Jérsei de seda dourada
tira o top
seios assimétricos
estranhamente duros.
A benzedeira olha para o nada
reza e traz a fumaça e o terço
alisa um corpo ensimesmado
encontra a alma embrionada
nutrida pelas lágrimas de cetim
presa nas vontades transversas.
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