Sombra da Minha Sombra

 

Sombra da Minha Sombra

Português

 

Por vezes deixo-me divagar

Procurando encontrar

A sombra da minha sombra

Alguma vez sem chorar.

Negra ela é

Negra ela se esconde

No negro da solidão

No vazio do não sei onde

Em tão negra dor de paixão.

Mas nem sempre a encontro

Em algumas vezes deixa de respirar!

É o que acontece ao morre, ao que deixa de sonhar

Não respira, não corre, deixa de se encontrar

Por vezes isso acontece à minha sombra

Por vezes morre a minha alma

E de novo renasce como uma fénix

Num novo esplendor,

De nova calma

Apenas antigo é o amor

Curando-se de novo para chorar

na sombra em seu gritar.

É a maldição do que cria

Sem saber o que criar

Amo um todo

Sem saber quem amar

Não sei porque amo

Não sei porque sinto tanto

Porque dentro de mim as palavras clamam

Junto delas o pranto

de tanto amar.

 

No entardecer das minhas lágrimas

Adormeço o desencanto do encanto

E curando-se de novo para chorar

na minha sombra o seu gritar.

É a maldição do que cria

Sem saber o que criar

Por isso deixo-me divagar

Para de vez em quando

A sombra da minha sombra encontrar

Para além do negro da solidão

Para além de tão negra paixão.

Poema e Obra de Patrícia Manique J.

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