Quem sabe de ti tão longe, e eu aqui desperto na noite que, na urgência de ser noite, depressa se tornou dia
Na minha boca ainda o gelo, estranho doce e ardente, do sabor do teu beijo pleno de incenso e maresia
O meu corpo ondula à mercê do vento, trazido pela vertigem da ausência que magoa e apenas começa
No meu peito há um alazão sem juízo, cujo destino impreciso, é o rumo que escolheste, na ordem inversa
Quem sabe de ti tão longe e eu aqui no silencio da tarde, por onde depressa tardava a minha agonia
À espera das palavras que, nos teus lábios, caladas, gritavam o silêncio que eu sei, me ensurdecia
Aqui onde ainda arde fogueira que baste para queimar a saudade do teu corpo que ainda me estremece
E os rios todos que eu sei, desaguam na foz onde navegam os meus olhos, quando a dor, de novo, anoitece…
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