INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO

 

INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO

Português

INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO

 

Se houver eco nas palavras que dizemos

Não é porque possuímos as nossas mãos

Mas tão-somente porque o tempo não passa.

 

Continuamos a estender a roupa e a passar a ferro,

A dar pontapés na bola e a passear de carro ao domingo.

 

Os patronos nunca têm telhados de vidro

E os escravos usam as grilhetas para coçar-se

(a sarna aparece de repente e sem fim à vista…)

 

INQUIETAÇÃO, INQUIETAÇÃO, INQUIETAÇÃO!

OCCUPY!

 

Há palhaços felizes e outros tristes

Mas nunca saem de cena haja aplausos ou não…

A marcha da própria vida tem bocas a fazer de umbigo!

 

É o cordão umbilical das mães que nos dão livros

Que os ouvidos entopem logo à chegada…

 

Quem tem juízo fica calado para não saltar fora

Do barco que não tem mastro e só vai de vela

Sempre, sempre, sempre até esbater-se ao quadrado!

 

OCUPAÇÃO, OCUPAÇÃO, OCUPAÇÃO!

FREE YOUR MIND!

 

Não há espaço para o silêncio nas praças

Nem olhos invertidos nas falas do teatro:

Os gambuzinos estão alerta e com espadas de prata...

 

Não vá o diabo tecê-las antes das velhinhas vestirem o xaile

À porta das igrejas ficam de pé os padres.

 

E volta e meia os pastores cantam o fado alegre

Sem que seja preciso pinturas de jarras!

Já não há fogueiras para limpar os destroços das casas...

 

INQUIETAÇÃO, OCUPAÇÃO, OCUPAÇÃO,

INQUIETAÇÃO, INQUIETAÇÃO, INQUITEÇÃO!

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