Português
Como os nossos egrégios Avós,
naveguemos nesse espelho a imaginação.
Porque tudo é mentira e verdade.
Sejamos sempre de nós saudade,
rumo à realidade a sós,
sonhando na água fria o chão.
(Ao ver nela o céu reflectido.)
O passado é indefinido e
o futuro uma presente surpresa.
Podemos ser ou não ser.
O coração acolhe a dor,
dando a sua beleza,
à conquista do temor.
Entrega-se à incerteza,
certo de, por ela, bater.
Este querer
é revolto e calmo como o mar.
Abissal e misterioso…
Só vence quem aí se perder,
e sem terra ver, ser o lugar
em que ela brota, seu esplendoroso
chão para se elevar.
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