Pois é, parece que sim; há hábitos que nunca mudam, nem os bons, nem os maus hábitos; nem sequer aqueles ligeiros que se praticam sem por eles darmos a merecida conta. Serão assim tão inconscientes estes de que falo? Ou serão apenas puros recalcamentos que tentamos forçar, esses tais que nos habitam e que nem eu, nem tu, queremos admitir de forma clara um ao outro? Mas calma, menti, perdoa-me a imprecisão. Não me custa admitir-te nos meus pensamentos, nem mesmo nos mais conscientes e sóbrios. Não! Continuo a querer-te, a desejar-te; penso-te todos os dias sem excepção, de propósito;admito-te a mim próprio e ao Mundo, porque não? Porque te conto às estrelas da mesma forma que as conto sempre que não estás. Porque por mais que conte, por mais infinitas que elas sejam perante a minha pequenez mortal, haverá sempre uma a faltar-me. Exacto, nem mais. Tu. Custa-me habituar à vaga cintilante que deixaste em mim.
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