A Lua é o centro e eu o espaço.
A retalhação da gravidade desconhecendo o amor que arde.
A Lua é o centro e nós o espaço.
Irrompem aladas formigas não se entusiasmando com as minhas costas,
e as bocas abertas invertidas e cegas.
A Lua é o centro e tu o medo.
Farpas alojadas nos meus olhos que expulso
Pescoços que rangem em vislumbres
A Lua é o centro e cá em baixo há um comboio.
Burburinhos que escavam em terra inexistente
na violenta vertigem com desonra nos sentidos
e cabelos na boca.
O comboio arde no fundo dos meus pés
Pois o centro é a Lua mas a Lua não existe.
Não há cidades ou marés que esperem um fantasma
Não há nada em concreto que nos albergue em vácuo
E não há tenacidade nas despedidas
Declaro um desabar em ti
Cheio de sonhos e confissões
E o centro somos nós,
e a Lua a ser lavrada de vontades.
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