À flor da pele

 

À flor da pele

Português

Poema 1

Eu amo as árvores!
Confesso que já não sabia que amava as árvores
deixei que as memórias se esbatessem,
as memórias daquele tempo em que todas as crianças
sabem que amam árvores
Hoje, naquela vereda mágica, com o sol a partir e os 40
Respirei árvores
Abri os braços e afirmei "O Mundo é meu"!
Amanhã vou abraçar Árvores...

 

Poema 2

E sim eras tu, eu sei
Deves achar que sou louca,
pois só os loucos afirmam veementemente
o que pensam, sem pensarem em mais nada
E sim eras tu, eu sei
Bastou ouvir o teu tom de voz,
a forma como articulavas as palavras,
a graça com que contavas episódios simples e banais
Perguntas-me como é que posso saber
Sabes, tal como sei que existe
o dia e a noite, a lua e o sol,
o céu e terra, o claro e o escuro,
a chuva e o vento, o paraíso e o inferno
É engraçado, só agora me apercebo
que vem tudo a pares
E sim eras tu, eu sei
Será que agora já percebes?
A vida não se explica, vive-se
O ar não se sente, respira-se
E sim eras tu, eu sei
Se eu sou eu, então sim eras tu, eu sei

Poema 3

Os meus olhos sabem a mar,
sinto o sal que arde,
como se tivesse acabado de sair
de um mergulho no oceano de criança

Os meus olhos sabem a mar,
a solidão, a dor, a um vermelho que pica,
não como naqueles longos banhos que nos enchiam
de prazer e inocência

Os meus olhos sabem a mar,
a incompreensão, a desalento,
sabem a quente, aquela água gelada
que nos fazia sentir ainda mais vivos
parece ter desaparecido

Os meus olhos sabem a lágrimas,
lágrimas que me fazem lembrar como eram bons
aqueles dias quando os meus olhos sabiam a mar...

 

Poema 4As palavras aveludadas que te saem da boca
riem com uma graciosidade de bailarina
para um mundo, que tu mesmo dizes 
se afunda no lodo da desesperança

As palavras aveludadas que te saem da boca
vêem o matador, o bandido, o traficante
o anjo negro de criança, que jaz a seus pés

As palavras aveludadas que te saem da boca
sentem a picada do escorpião
a dor que invade a alma, como tu mesmo dirias de
solidão e azul-turquesa

As palavras aveludadas que te saem da boca
entraram no meu corpo, fervilham nas minhas veias

As palavras aveludadas que te saem da boca
extinguem-se agora na luz amarga da noite
 

Poema 5

Sai che a volte quando m' addormento
sento
il soffiare del vento
ma non come prima, non è più un tormento

Sai che sento il sussurrare della tua voce
che mi dice piano piano, il mondo non é più feroce

Sai che in fondo, tondo, rotondo
il vento gira come il mondo
senza mai fermarsi
senza mai stancarsi
come il sussurrare della tua voce che m' addormenta piano piano

Poema 6

Sou o galho que não quebra
Sou a folha que ondula ao sabor do vento
Sou a flor que renasce na Primavera
Sou Tua Filha Terra!

 

 

Poema 7

Busco o sentido da vida,
a sublimação da alma,
o voo da águia,
Não quero apenas pisar a terra, quero voar!

 

Poema  8

..Não sou o porto seguro, o último cais,
para além de mim há sempre o mar...

 

Poema 9

...Só quando te sentes sufocar, compreendes que afinal respiras
aí não lutas mais, deixas-te embalar e acariciar pela verdadeira brisa da vida...

 

Poema 10

…Gosto de te ler em palavras ternas e suaves

gosto de te ler quando foges da escuridão…

 

 

Poema 11

 

Se eu pudesse ser invisível

ser o sopro do vento, a brisa do mar,

a lágrima que toca a tua face,

se eu pudesse…

 

 

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