De pó te fazes,
a pó te transformes;
Só não grites por mim,
Deixa-me aqui estar assim,
Um dia a pó me transformarei
E a ninguém irei dizer o que sei...
Sou sonhos e cores,
Onde me encontrei e perdi de amores.
Silêncios inquietos e misteriosos
Desfeita pelos tempos ociosos.
Sensações mil e tormentas
Olha por mim,
Sou tudo isto e mais quinhentas.//
Descansa em mim o teu coração
Sinto a tua pele
Um arrepio que se estende ao chão
Tens sabor a mel
Percorre em mim amor
Eu desvaneço e não sinto mais dor.
Não me olhes sem paixão
Em mim percorre o desejo
De sentir esse teu beijo.
És alimento para a minha alma
Não sinto assombros nem medo
Permaneço calma
Tornei-me forte como um rochedo.
Amanhece belo e fresco o dia
E eu já não sinto mais o peso do mundo
Sinto alegria e amor dentro de mim!//
Esta sensação que me percorre
de que a vida me passa e eu nada faço
a lágrima que por mim escorre
e eu por dentro me desfaço.
O sufoco de ser muito e não ser nada
desejar mais e ter menos
em confronto comigo despedaçada
o que é que faz conhecermo-nos?
Indiferença de tanto
apenas sei ler outros vazios..//
Não vivo em inteira liberdade.
Sou presa em mim mesma,
Com os meus medos,
Com os meus sonhos,
Com os meus pesadelos,
Presa na minha vontade.
Vivo com receio de mim,
Com medo de nada conseguir levar até ao fim,
Sou derrotas e meras vitórias,
Em aventuras e algumas histórias.
Recuso-me da realidade que me atormenta.
Não sei lidar com esta gente cuja mente
Se vangloria quando pura e simplesmente
Mente.
Vivo sem saber quem sou de verdade
Ou sei-o bem, sem querer dizer.
Ou no fundo, nada serei.
Apenas uma alma vacilante,
Que pecou e pecarei,
Sem medo do que será superior
Mas com medo do que será de mim.//
É noite cerrada, com falta de estrelas.
Penteio o meu cabelo devagar,
Docemente.
À noite, o meu coração não mente
A mente, essa, não adormece profundamente.
É-me fácil sonhar assim.
Sinto que os sonhos se misturam em realidade,
E eu navego nesta mistura inconsciente,
Agarrada a uma estranha liberdade
Onde trabalho o sonho de forma consciente.
É de difícil explicação esta coisa que eu faço.
Mas faço porque pareço nunca desligar completamente.
Pesa-me este fardo, nele me desfaço,
E nele luto constantemente.
Sorte dos homens que conseguem “não pensar”.
Eu bem queria, mas nesta minha cabeça
Parar de pensar parece não existir.
Se choro mais facilmente assim, choro.
Mas também sou mais feliz.//
Os dias passam e nós estamos tramados.
Estamos escorraçados.
A sociedade cospe-nos em cima.
Deambulamos cheios de pressa,
Sem irmos a lado nenhum.
Tornou-se estranho o “bom dia”
E se antes aquele que sorria,
Agora olha desconfiado.
Sinto-me de outro tipo de gente diferente
Daquela que vejo,
Acredito na bondade insistentemente,
E na liberdade que beijo.
Beijem-se e amem-se
Loucamente
E perdidamente!
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