SINOPSE
Não sei como identificar este livro. Chamem-lhe romance, história de vida, diário romanceado ou qualquer outra designação. Interessa-me o assunto nele versado e as razões que me levaram a escrevê-lo. Tem três tempos/eras que correspondem, talvez, à idade da meninice/juventude, idade adulta e velhice. Tem muito de mim, dos meus sonhos, anseios, medos, frustrações, da minha curiosidade juvenil e a falta de respostas juntamente com a ameaça de um Deus castigador. Ficaram marcados a fogo os "desequilíbrios psicológicos" que presenciei e ouvia contar fazendo-me distraído ou desinteressado. Quando, como adulto, principalmente na guerra passaram por mim e lidei com variadíssimos casos que fizeram reviver marcas de infância e cavaram a desgraça de mentes mais fracas, senti a necessidade de fazer a catarse de tudo o que me perseguia e não sabia aceitar e desaguava na memória de uma visita ao Hospital Miguel Bombarda onde um familiar foi internado. Escrever foi a foz dos tormentos e o mar chão onde o bichinho da escrita se soltou da letargia. Tive alguns prémios mas a atividade profissional e o acompanhamento dos filhos superou o incentivo da família para continuar. Depois, já na era das recordações, descobri algures no fundo de uma caixa, um manual de Português do meu primeiro ano do liceu e escrito a lápis na contra capa branca amarelecida "um homem só é homem depois de plantar uma árvore, fazer um filho e escrever um livro. O bichinho voltou, ouvi a família e este livro um tanto ou quanto serôdio não trará através do "panóptico" o final de uma vida na Rotunda do Aeroporto mas o abrir os olhos para uma folha branca onde dançam os vitrais, o céu azul, as estrelas, os sonhos com a realidade sem traumas e sem sofrimento.
Que, principalmente os meus netos, saibam entendê-lo e ouvir a sua mensagem.
Ebook. Artelogy. 2022.
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