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O Pensamento estava confuso com todos os acontecimentos que vinham se acumulando em sua mente e para os quais não havia solução aparente. Pensar se tornara algo muito difícil e doloroso, pois havia um turbilhão de decisões importantes a serem tomadas e isso requeria muito espaço no já tumultuado pensamento. As ideias iam se convertendo em ações, dominadas pelo Espectro da Morte, que se agigantava e possuía cada milímetro do Pensamento, não deixando margem para outra decisão que não fosse ela própria. O Pensamento estava petrificado pelo medo e ao mesmo tempo, permanecia no mesmo lugar, sem coragem de dar um passo sequer em direção aquele pensamento obscuro que aumentava com o passar das horas. E o Espectro ficava ali, a espera de que o Pensamento seguisse os seus passos e o conduzisse para o derradeiro final, tão obscuro quanto ele próprio. Não havia como escapar daquela cilada e apesar dos esforços que o Pensamento fazia, para não se deixar seduzir pelo Espectro, a vontade ia enfraquecendo o Pensamento e ele cada vez ficava mais fascinado pela ideia de sucumbir aquele chamado. Soluçou como uma criança, perdida no emaranhado que se tornara aquele momento de decisão extrema, sem que nenhum motivo aparente fosse manifestado em outras ocasiões. O Espectro permaneceu vigiando o Pensamento, até que em determinado momento, ele pareceu raciocinar e disse não, aquele chamado que vinha das profundezas daquela alma inquieta. Por alguns segundos, o Pensamento permaneceu confuso, diante daquela ideia macabra, que aos poucos foi desaparecendo e sumiu por completo, tão sorrateiramente como havia surgido...
Débora Benvenuti
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