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Temo as sombras e o burburinho …
Temo as sombras e o burburinho,
Temo este mundo e o outro,
O novelo sem roca e obra feita,
Temo este mundo e o outro,
O novelo sem roca e obra feita,
Temo o que é invisível e o que vejo,
Novela, enredo, falso pergaminho,
Levitável o monge de Damão na Índia,
Lamentável a minha condição,
Levitável o monge de Damão na Índia,
Lamentável a minha condição,
De temente a Deus e não aos espaços
Grandes, quanto os desses.
Miseráveis as palavras que deixo,
Temo o burburinho e as ombreiras
Miseráveis as palavras que deixo,
Temo o burburinho e as ombreiras
Das portas, as ruas aos “esses”,
Às vezes surge-me na ideia, o que
Estou sonhando e quase toco
Nos sons do outro lado, embora
Nos sons do outro lado, embora
Seja uma sinfonia complexa,
E os anjos tão reais como qualquer
Um de nós, anunciando o privilégio
De serem divinos, seremos quem
Um de nós, anunciando o privilégio
De serem divinos, seremos quem
Nos representa, a obra feita,
Salvo o facto de existirmos,
Entre sombras e burburinho.
Sombra de choupo não é mogno,
Entre sombras e burburinho.
Sombra de choupo não é mogno,
O vácuo não tem consciência de broca,
Nem a esperança é negra,
Como eu dizia inda agora plo caminho,
Por mais que pertença a este,
Como eu dizia inda agora plo caminho,
Por mais que pertença a este,
Sinto o outro, não o repudio…
Jorge Santos 08/2018
http://namastibetpoems.blogspot.com
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