Sem estar estou,
Eis quanto e comum,
Eu sou ao ponto de ser
Peculiar em mim o ridículo,
Sem estar, estou apenas
Cansado de estar cansado,
Sorrindo sem estar contente,
Sem estar s’tou noutro lado
Diferente e igual, sem estar
Me vou sentando entre gente,
Sinto-me pensar sem querer,
Perdido sem me perder, a ideia
De me perder é um desejo,
Um compromisso que assumo,
Tal como sonho o espaço,
Sem o ver sem i’estar, sem o ter,
Como quem conheço desd’início,
Apenas plo sorriso,
Que podia ser d’alegria ou não ser,
Afinal que sorrir’alma tem,
Apenas cansaço eterno,
Minha ilusão terrena,
Nem outra coisa é preciosa
Mais pra mim, qu’esse alguém
Nesta ausência total de gente,
Eis quanto e comum
Eu sou neste triste circo,
Que tão pouco vida ou fera tem,
Procurando o que não encontro,
Sonhando o que não existe,
Sorrindo sem vontade a tud’isto,
E a quem está cerca sem estar
Perto …
Jorge Santos(08/2017)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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