Viver não é necessário,
O que é necessário é criar,
De facto nas tardes d’verão,
Creio-me figurante do que creio,
Finjo-me uma vila sem a ver, a
Vi, aí vejo movimento sem haver,
Vidas sem grandeza em si, sem
Tempo ou propósito, acreditar
No que vejo não é objecto
Do meu sonhar, no entanto
Sonho, creio que o sonhar
É feito no propósito de vida nem
Ter, é isso a sensação d’ver
Vida numa vila sem que se
Mova a realidade dum ponto fixo,
Tão real quanto nós somos,
Sem sermos, criados pra haver
Realmente sonhos sem os vermos,
Nesta vila sem vida, sem tempo,
Sem certeza, apenas sensação sem-ser,
Sinto-me multidão, sem “de-facto”
Viver, não é necessário, o
Necessário é haver sonho sem
Haver de facto verão, ou vila-flor eu vir
A ser, pomba ou pulga, purga em
“travessa do fala-só”…
Joel Matos (02/2018)
http://joel-matos.blogspot.com
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