Nas brumas da realidade
Fugazes momentos que transbordam de vida
Presença única que de ti, universo infindo
Encontro nas vísceras que em mim reclamam
O estar vivido nesta realidade que me afoga
Num mar de caóticas sensações de nada
Procuram incessantemente em mim, a vida
Que desnudo e assim sentida,
No breu do meu olhar se desvanece
Apenas neste profundo ser que de mim renasce
E se aflora abruptamente no meu sentir
Que de ti, universo imenso
Me afunda nesta realidade que desconheço
Que procuro, nunca encontrando o que de ti,
Em mim brota e sempre ansiando,
Em ti me reencontrar, nunca me libertando
Das amarras do presente que cruelmente teima,
Em me arrebatar do que de mim resta
Nunca sabendo onde me encontrar
E assim eternamente procuro,
O que de mim brota nesta realidade
Que teima em permanecer
Apenas na morte encontrando aquilo que em mim,
Desenha e percorre na estrada deste sentir
E que a minha alma abraça
Com medo de nunca se encontrar
E assim, humano, percorro esta longa estrada
Deste sentir em nada e em tudo
Aquilo que em mim se arrebata,
Escrever o poema do sentir desta vida
Apenas encontrando a dor na névoa do teu olhar
Fugindo de mim o desejo de ser,
Que a realidade amarra no meu viver
E eternamente permanecer, não me deixando partir
Para a profundeza do que me rodeia
E em mim sempre tão sorridente e efémera
Ser-se humano ou somente universo,
Universo aquele que habita o meu olhar...
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