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Uma linda festa no céu deve estar acontecendo hoje, em tua homenagem,mãe, para comemorar os teus 96 anos. Desde que partistes, o mundo ficou mais triste. Muitas vezes eu me lembro de você e fico rindo sozinha das peraltices que fazíamos e da varinha de marmelo que escondias atrás da porta da cozinha. Era com ela que levávamos algumas varadas nas pernas, cada vez que desobedecíamos uma ordem tua. Muitas vezes precisávamos buscar a varinha e quem era mais esperto, saía para buscar e não voltava para receber o castigo. Não deve ter sido fácil criares quatro filhos, dar-lhes educação e substituir o pai, que estava sempre viajando. A maior parte do tempo fostes pai e mãe e te saístes muito bem. Eras uma cozinheira excelente. E muitas vezes me chamavas para aprender a cozinhar, coisa que até hoje detesto fazer. E eu respondia sempre que não queria aprender. Então me dizias que precisava aprender, porque quando me casasse, eu ia ter que cozinhar. Eu replicava para ela: só vou casar se meu marido souber cozinhar. E não é que deu certo? A cozinha não era a minha praia. Eu gostava mesmo era de criar alguma coisa, desenhar, inventar moda, como tu dizias. E por falar em moda, tinhas uma memória fotográfica invejável. Olhavas uma roupa de crochê na vitrine, chegavas em casa e fazias uma igual. Fizestes muitas blusas de crochê para a tua filha Zair. E eram modelos lindos e exclusivos, que ela usava com muito orgulho. Há muitas coisas que gostaria de contar de você, mas o essencial é a tua lembrança que guardaremos para sempre em nossos corações.
Uma homenagem dos teus filhos, netos e bisneto.
Débora Benvenuti
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