Somos o casal estranho

 

Somos o casal estranho

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Somos o casal estranho, que teima em engolir um amo-te depois de uma discussão. No fundo, estamos sempre a dizê-lo, até quando o grito da minha voz preenche a sala. Tu manténs-te calado a olhar para mim. Eu não abdico da minha teimosia, mas estou só a tentar dizer- te, mesmo que da forma errada que te amo. Não vês isso?

Quero proteger-te, tu queres proteger-me… mas magoámo-nos mutuamente. Ainda assim, não te amo menos quando me deixas sozinha, nem quando permaneces mudo. O teu sorriso nervoso desarma-me. Tens vários sorrisos. Será que, alguém reparou neles?

Tens o sorriso apagado, quando estás triste ou preocupado. Provavelmente, achas que eu não reparo, mas sinto-me impotente quando não posso devolver o teu sorriso luminoso. Aquele que toda a gente adora, e que a mim faz-me sentir borboletas no estômago se estiveres a sorrir para mim. Tenho vontade de pedir-te que sorrias sempre, porque preciso do teu sorriso para o meu fazer sentido. És o meu sol num dia chuvoso, eu sei que isto parece ridículo. Sinto-me ridícula quando estou apaixonada.

Vejo-te a debateres-te mentalmente se ficas ou se vais. Eu fico sentada a ver-te ir lentamente, porque as minhas palavras feriram-te. Tenho vontade de te pedir desculpa por ter-me tornado fria, mas tu não sabes que já me magoaram. Não tens culpa. Só não queria que desistisses de mim. E não desistes. Vejo a porta a abrir-se, enquanto tu regressas para mim a sorrir. – És chata, mas eu amo-te. Não vou a lugar nenhum.

Era isso que eu precisava ouvir, apesar de saber.

– Também te amo.

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