Estranho Ser
Desorientou-se por caminhos desesperados
esquecendo tudo, tudo, o que lembrou
até aqueles velhos trapos, arrastados,
pelo estranho ser que agora a inundou
O nada apagou aqueles restos
de um tudo que a fizeram vazia
quando sentira os tormentos intensos
de olhar p’ra si e ver que nada havia
Despiu-se da inexistência dos sonhos
porque havia muitos para poder acordar
tentava agora e apenas, pesadelos
pois esses nunca pensou realizar
Rasgou possessiva o sujo papel
que representou quando pensava viver
e arrancou a antiga máscara de fel
que a dominava, impedindo-a de morrer
Pés despidos não mais a fizeram correr
para aquele tormento que a obrigava a amar
uma arte áspera, chamada sofrer
que se intensificava até ao chorar
Encontrava-se só, perdida, sem saber
que desinteresse a levou a um encontro
descobrindo a realidade deste estranho ser
...Talvez uma mentira...transparecendo
num claro escuro...pois afinal...era...
um estranho ser.
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