Coração dado
Aos olhos de quem não me vê
Sou lua escondida,
Nos olhos de quem me crê
Sou um pedaço de vida.
Sou um pedaço do destino
Sem destino ter eu próprio,
Coração meu de traço fino
Dado a quem amo como ópio.
Creio…
O sol nasce porque creio
A vida existe porque sinto,
A morte vem por receio
A mente procura o instinto.
Porque creio,
Feliz de que crê…
Creio, creio demais
Creio no universo,
Creio nos rios e seus canais
Creio no mais simples verso.
Porque creio,
Feliz do que crê…
Merecias
Merecias mais meu anjo
Onde estás! De onde vens!
O amo que esbanjo
Porquê que tu não o tens!
Merecias tudo o que dou
Mais, mais… o esperado,
Fui quem sempre te amou
E por ti sempre fui amado.
Novo… não sei
Ainda novo, espero na maré
Que arraste para o cais,
A onda de minha fé
Que escute meu ais.
Velho de pele enrugada
Sem vigor, sem andar,
Espero tua chegada
Sonho eu ainda te amar.
Sigo, avanço, neste sono
Contigo durmo no eterno,
Nas tristes tardes de outono
Em frias noites de inverno.
Pegadas
Pegadas de esperança
Em caminho repleto de brasas,
Depositadas na esperança
De uma pomba sem asas.
Na força de ser
O que a vida não quer.
Por querer escrever
Só por querer escrever
Torno o amor impuro,
Não o sei descrever
Não sei o que procuro.
Indispensável é chorar…
Aquelas poucas lagrimas serenas,
Ver a poesia sem a encarar
Escrever, escreve-la apenas.
Fazer poemas de um só verso
Despedir-me de ti, sem mais te ver,
Virar costas ao universo
Apenas para poder escrever.
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