Chegaste devagar…
despiste-me a razão, ainda sem eu acordar.
E com os teus dedos revestiste-me a pele,
de doces palavras de mel.
Há horas…
em que é preciso parar o tempo,
para poder dar largas à dor…!
Deixar que ela nos devaste,
nos consuma…
e assim, das cinzas, renascer.
De mãos nuas
Tento tocar-te a alma…
Sentes-me?
Sentes toda a intensidade
Deste meu querer?
A minha alma desnuda-se
Para ti… apenas para ti
Não me queiras interpretar
Que palavras não encontrarás
Tantas são as formas
De parir frases e inventar gestos
Para mostrar o que sinto
Agora, à hora que a lua se levanta,
Quero adormecer nos teus braços,
Serenidade!
Vingar-me dos atropelos deste dia
Soltar-me dos laços e enlaces
Da ansiedade
Por entre as gotas da chuva
caminhei…
nas ruelas da minha mente.
Encontrei
coisas, encontrei gente.
Gente grande com coisas pequenas,
mas também,
Tenho dias que sou toda palavras
Tenho outros que sou só silêncio
Sou melodia de uma canção
Que mesmo sem palavras fala sempre
Mas não é ouvida por toda a gente