Espanta-me a estranheza
Em toques no meu corpo
E em volúveis ondas na minha espinha
Um fim, louco e longe
De olhos fechados
(Ao meu Pai)
Corre nas minhas veias um enxame de saudade,
percebo pelo espelho do guarda-roupa que existe sobre os meus ombros uma lâmina de silêncio,
Saíste
E assim, na tua falta de pressa,
Deixaste-me a falta da tua face impressa
Nos meus olhos, nas minhas mãos, no que é centro.
Foste
Preso irei voar
Libertar-me das correntes
Que me parecem permanentes
Conseguirei respirar?
Erguer as asas
A saudade, tão portuguesa, não tem comparação, pois é o sentir falta do que está por vir, do que não vem, do que podia ter sido e não foi. É muito mais do que um sentir falta do que aconteceu.