Nuno Castelo-Branco

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Fotografia de Nuno Castelo-Branco
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Género

Data de Nascimento

4 de Julho de 1959

País

Biografia

Nascido, no então, Lourenço Marques, hoje Maputo, Moçambique, Nuno Camilo Castelo-Branco Graça Ferreira, filho de uma pintora e de um professor de História, desde muito criança que mexeu em pincéis e tintas e em revistas e livros de arte; desde os primeiros anos de escola que desenhava coloridos torneios medievais, as naus e os galeões galgando, enfunados de cores, ondas de sonhos, de afectos e de mistérios índicos, e, ainda, perfis e efígies de reis e de heróis portugueses, para além de mordazes caricaturas de amigos e de familiares, onde sobressaíam tons de sedas da China e de algodões indianos ou das telas de ouro e tangerina que se geravam no quotidiano pôr do sol sobre a baía da Cidade frondosa e geométrica que cheirava a terra molhada, a aromas intensos e a mírificos perfumes da mítica Sabá.
Completada a escola António Arroio, e quando tudo fazia prever a entrada nas Belas-Artes, matriculou-se na Faculdade de Direito que anos depois abandonou para se formar em História, pintando uma vez por outra mas sempre rodeado de livros das diciplinas favoritas, as do campo artístico e histórico.
Só de quando em vez procurava os pincéis, continuando, porém, a visitar galerias e exposições, a olhar edições de arte portuguesas, espanholas, francesas e inglesas, quer em Lisboa, quer nas viagens que fez pela Europa ou à Ásia e à América do Norte.
Depois, há poucos anos aliás, voltou a colocar telas no cavalete, a proceder à alquimia da junção de cores que mais o fascinavam, e a passar horas sem fio na procura da construção onírica que o interessava, a dar a pincelada certa e o tom pretendido.
Pintou, e logo os vendeu, os primeiros quadros, desenvolvendo os temas que mais o interessavam ou que mais o perturbavam, inquieto com os pequenos mas significativos pormenores do quotidiano actual: as gangas do dia a dia e os blusões que se tornaram comuns entre as diferentes gerações, a mala de verniz de uma amiga, a Beta; a camisa branca e a gravata às riscas do tradicional modelo dos estudantes ingleses, as frutas que perfumam o nosso ambiente, tal a mítica maçã do Paraíso.
As anónimas e quantas vezes desprezadas peças de roupa do dia a dia, são assim homenageadas como parte integrante da vida de quem as usa, surgindo por vezes rasgadas, sem que possamos perceber a intencionalidade ou acaso da deteriorização dos algodões, onde a moda dita que a sofisticação por vezes irmana a marginalidade social.
Rasgões, fios soltos, a marca de renome que se adivinha nos calções de Verão ou nas camisas esquecidas e dobradas, afinal repetidas nos modelos, onde apenas varia a cor.
Dada a formação em História e um consequente fascínio por ambientes do passado, deu um novo simbolismo ao requinte dos romanóvicos ovos Fabergé que nos permitem viajar até às gerações da Rússia de hoje; onde triunfam a coca cola e a fast food made in Tio Sam mas onde, também, capricham referências ao percursso das ideias e artes do classicismo até aos animais domésticos, como o faraónico gato.
Utilizando o óleo, ou uma técnica mista de acrílico e óleo, Nuno Castelo-Branco procura realçar o verismo e a pureza do desenho subjacente nos seus quadros, o contraste entre o claro e o escuro, bebido no outro Miguel Ângelo, dito o Caravaggio, a força dos azuis, do preto e do branco que predominam na maioria da sua obra, uma alma firme no desejo de uma modernidade que, contudo, não despreza o legado de séculos do gosto ocidental.

Vítor Wladimiro Ferreira

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